Inúmeros fatores podem influenciar negativamente o desempenho e capacidade de raciocínio dos médicos, que podem ser de ordem pessoal como problemas familiares, doenças, cansaço, sala de espera lotada, remuneração baixa ou de ordem técnica entre estes podemos citar os avanços tecnológicos e a velocidade com que aparecem novos exames sejam laboratoriais ou de imagem, assim como novas medicações, novas técnicas de cirurgia que auxiliam os médicos a realizarem diagnóstico e tratamentos de uma forma mais rápida, eficaz e segura, obriga os profissionais a se especializarem cada vez mais e mesmo assim se torna impossível acompanhar esse desenvolvimento vertiginoso, em outras palavras nenhum médico consegue ler, analisar e estudar todos os artigos que são publicados em revistas e jornais médicos.
Para resolvermos essa situação, devemos encontrar uma solução que todos os aspectos de caráter pessoal ou de desatualização técnica não influencie negativamente nas decisões e julgamento dos médicos, para tal, devemos escolher quais ferramentas temos à nossa disposição atualmente.
Telemedicina: Inteligência artificial e suas soluções
Existe atualmente banco de dados que podem armazenar informações sobre todas doenças, medicações, exames complementares, além de estarem capacitados a armazenar dados clínicos que vão desde o genoma até o histórico clínico de pacientes.
Com o advento de Inteligência artificial dotadas de algoritmos podem substituir médicos com mais rapidez e maior eficiência em tarefas que não necessitam de criatividade e cognição.
Os médicos não devem se preocupar, a profissão que escolheram não acabará, pois os algoritmos refletem as soluções que a ciência médica encontrou para problemas ocorridos usando a criatividade, o poder de análise de especialistas e foram intensamente testadas para confirmar a sua eficiência e eficácia, antes de se tornarem padrão de conduta.
A inteligência artificial não tem capacidade de encontrar saídas para novos problemas e desafios que surjam, ela trabalha apenas com situações que aconteceram e o homem solucionou, isto é, sempre estará voltada para o passado.
Estamos assistindo uma revolução histórica mais impactante para a humanidade que a revolução industrial ocorrida no século XIX, não devemos nos amedrontar com avanços tecnológicos, temos de aproveitar para melhorar a qualidade dos serviços prestados, nossas decisões e nossa produtividade.
O Histórico da Telemedicina e seus avanços
No início de século XX o holandês Einthoven usando um telefone transmitiu a distância o traçado de um eletrocardiograma.
Em 1920 a Noruega institui a comunicação entre navios e hospitais, usando as ondas de rádio, para a solução de doenças de tripulantes e passageiros, realizando assim as primeiras teleconsultas e teleconsultorias.
Em abril de 1924 a revista norte americana publicou em sua capa um desenho de um aparelho no qual se destaca uma tela de televisão onde podemos ver um médico, em dos cantos do móvel há uma impressora, em cima do equipamento observamos uma antena e um alto falante, sentado à frente do aparelho tem um menino de boca bem aberta com a língua para fora de tal modo que o médico à distância o examina.
O termo Telemedicina foi usado pela primeira vez nos EEUU em 1993, quase que simultaneamente ao aparecimento da Internet.
Antevendo a evolução e a melhoria que ocorre na área de Tecnologias de Informação e Comunicação a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu em 1977 a Telemedicina como:
” a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância ou o tempo é um fator crítico … tais serviços são providos por profissionais da área de saúde, usando tecnologias de informação e de comunicação para o intercâmbio de informações …”
O desenvolvimento e o aprimoramento de novas formas de telecomunicação permitem atualmente a formação de redes que conectar profissionais da área da saúde e entre estes e seus pacientes e asseguram o armazenamento de todos dados e informações trocadas conforme determina os preceitos éticos de garantir absoluta confidencialidade e integridade.
A transmissão da dados via satélite, a facilidade de acesso à internet abriu um vasto campo para prática médica, com a implantação de sistemas e serviços de telemedicina no país que alcançam áreas remotas de difícil acesso, entre eles áreas militares, presídios, população indígenas e zonas rurais.
Os serviços de Telemedicina devem ser implantados e estruturados a fim de proporcionar tanto aos profissionais com ao usuário facilidade de acesso, alta resolutividade, proteção dos dados clínicos do paciente e baixo custo.
Em nosso país a implantação de programas de assistência médica encontra diversos pontos de resistências, o CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM) em fevereiro de 2019 através da publicação da Resolução 2.227/ 2019, regulamentou e normatizou o exercício da Telemedicina, no entanto sofreu uma enorme pressão, por parte de associações de especialistas e de médicos que em março de 2019 resolveu revogar a resolução 2.217, pasmem a Resolução 2218 revogou a Resolução 2217, outro fator de resistência é a falta de conscientização para o uso da ferramenta por parte dos clientes.
Contrariando essa posição do CFM, o CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COREN), o CONSELHO FEDERAL DE FONAUDIOLOGIA (CFFa) e o CONSELHO FEDERAL DE PSICOLGIA (CRP) apresentaram regulamentações e recomendações para a prestação de serviços através dessa nova tecnologia.
Telesaúde e seus principais conceitos
Acreditamos ser oportuno apresentar os conceitos utilizados em Telemedicina, posto que se trata de nova ferramenta e os mesmos podem ser desconhecidos para o grande público.
A TELESAÚDE ou TELEMEDICINA é definida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como sendo a atividade à distância de profissionais da área da saúde utilizando tecnologias da informação e comunicação (TIC).
O Ministério da Saúde, assim como, o Conselho Federal de Medicina com a finalidade de padronizar conceitos estabeleceram as seguintes definições ¹:
TELECONSULTA
É a realização da consulta médica à distância por meio de TIC
TELECONSULTÓRIA
É consulta entre profissionais da saúde por meio de TIC para esclarecer dúvidas sobre procedimentos e condutas clínicas.
TELEDIAGNÓSTICO
É a realização à distância com a utilização de TIC de Serviços de Apoio ao Diagnóstico com emissão de laudos ou pareceres de exames de imagem (TELERRADIOLOGIA), ou de registros gráficos (TELEELETROCARDIOGRA), (TELEELETROENCEFALOGRAMA), (TELE ESPIROMETRIA) entre outros.
TELECIRURGIA
Vem a ser a execução à distância de procedimentos cirúrgicos por robô, cirurgião.
TELEMONITORAMENTO
É o monitoramento à distância por meio de TIC de parâmetros de saúde e/ou de doenças de pacientes que são analisados por profissional da saúde e que pode propor intervenção no tratamento.
TELEEDUCAÇÃO
São palestras, aulas, cursos ministrados à distância com a finalidade de aperfeiçoamento ou/e atualização de profissionais da área da saúde.
Esclarecemos que para não sermos enfadonhos procuramos resumir as definições, sem perdermos a essência da mesma.
Essas formas de atendimento são realizadas de forma síncrona, em tempo real on-line, isto é, contato simultâneo entre pacientes e médico, poderá ser executada em forma assíncrona ou off-line, nessa modalidade a informação chega ao médico em um momento, posteriormente analisa os dados recebidos emite e envia seu parecer ou laudo.
TELESAÚDE E SUAS PERSPECTIVAS PARA O BRASIL
Existem programas de Telemedicina implantados em muitos países e em todos os continentes, podemos afirmar que, são sistemas coroados de êxito, com forte impacto na melhoria dos serviços de saúde e com redução de custos.
Lógico que esses programas já implantados se basearam em bom planejamento, com objetivos claros e voltados para atender as necessidades da população alvo.
Em nosso país existem programas de Telemedicina que resultaram em bons frutos tanto na esfera pública como na iniciativa privada, os sistemas de Telediagnóstico são aqueles com melhor avaliação seja na qualidade de atendimento, como em redução de custos.
Acreditamos que no início da próxima década a Telemedicina estará consolidada definitivamente no Brasil, para tal se faz necessário a regulamentação definitiva da atividade pelo CFM, apoio da esfera governamental para a universalização de acesso e melhoria na rede de internet e criar incentivos à empreendedores para a criação de programas dessa nova ferramenta tecnológica.
Quer entender melhor sobre como a Telemedicina pode ajudar a sua empresa? Entre em contato com a CID e veja as melhorias criadas para este serviço.
